três.

segunda-feira, outubro 27

Beijo marcado na parede

 e, depois, o arranhão em meu antebraço,

parte interna,

que eu mesma fiz distraída .

 

O beijo jogado no ar,

o tropeção ao andar de costas

sem olhar. Sorriso manchado 
nuns rostos meio sujos

Suados; alheios ao mundo.


Beijo marcado no rosto

Nas maçãs avermelhadas da face

Suposto sopro no olho

dos que espantam cílios teimosos;
dos que nos mantinham

distantes do resto.


Beijo que tomou tempo

que  durou parte da vida

E agora vejo partir, e distanciar

e diminuir.

E que não espero

sinceramente

voltar um dia. 

Olhos

Manhã quente, monótona, modorrenta. 
O céu amarelado pelo sol de aurora, o rosto da garota na janela: um pouco amassado, assim, distorcido; cabelo desgrenhado de sono, sorriso de calor, de desejo de frescor matinal então inexistente.
Um sopro mais fresco e vida e respiração. Pena não ser chuva -- se fosse, quem sabe, até voltaria às ondulações do reino da cama.